Meditação Bíblica de Setembro

João 21,15-19: Levados pelo desígnio de Deus

Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros.» Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.»
E perguntou-lhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?» Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: ’Tu és deveras meu amigo?’ Mas respondeu-lhe: «Senhor, tu sabes tudo; tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» E Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.» E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!» (João 21,15-19)


Um irmão que este ano celebra cinquenta anos de compromisso na Comunidade escreveu esta meditação sobre o tema da fidelidade:


No fim do Evangelho segundo São João, Jesus ressuscitado mostra-se aos discípulos junto ao lago de Tiberíades. Dá-lhes pão e peixe. No final da refeição, Pedro (que sentia a enorme ferida de ter negado três vezes conhecer o Senhor) dá por três vezes o testemunho do seu amor e recebe três vezes a sua missão: apascentar as ovelhas do Senhor. Jesus indica depois a Pedro como é que ele vai glorificar Deus na morte, antes de lhe dizer: Segue-me!

Os discípulos tinham seguido fielmente Jesus durante os anos da sua vida pública. Agora que já não está visivelmente com eles, Jesus volta a dizer-lhes «segue-me», confirmando a sua constante presença perto de todos, e particularmente daqueles que o amam.

Se Deus abre o nosso coração a esta presença, será possível não a reconhecermos e não a deixarmos entrar na nossa vida com confiança? A alegria reúne-nos, procura crescer e expressa-se no louvor: «Feliz daquele que tu escolhes e atrais para viver nos teus átrios» (Salmo 65).

Então as nossas hesitações e os nossos receios deixam de intervir: «Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza», disse Deus a São Paulo (2 Coríntios 12,9).

Absorvidos a escutar Cristo e no entusiasmo de o seguirmos, eis-nos levados pelo desígnio de Deus onde cada um é conhecido e amado. Futuro feliz, onde tudo é dom neste Reino onde queremos viver, onde Cristo é o caminho que discernimos na contemplação da sua vida sobre a terra. As palavras do salmista aplicam-se a esta vida: «Deixaste que outros nos calcassem aos pés, passámos pela água e pelo fogo, mas, por fim, deste-nos largueza e liberdade» (Salmo 66). Elas também se aplicam à nossa vida, porque só podemos crescer na fé através de uma sucessão de fidelidades, que são simultaneamente momentos de alegria junto do Senhor.

«Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo.» Jesus, tendo regressado para junto do Pai, enviou ao Reino da Nova Aliança o Espírito Santo, que agora age em todos os lugares e em todas as pessoas. Ele ama a Criação e espera-nos para participarmos nas sua plenitude. No seu tempo, o salmista já tinha ouvido que «hão-de lembrar-se do Senhor e voltar-se para ele todos os confins da terra» (Salmo 22). Então de que poderíamos ainda ter medo?

  • O que significa para mim a palavra fidelidade? Que pequenas fidelidades quotidianas sou chamado a viver?

  • Alguma vez tive a impressão de ser «levado para onde não queria ir»? Pude depois compreender que na verdade era Deus que me conduzia?

  • O que me ajuda a perceber que Deus está presente, mesmo nas minhas incertezas e nos meus medos?

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