Texto bíblico com comentários feitos pela comunidade de Taizé de Dezembro:

Olá JOb+:

Como é normal, colocamos todos os meses, a meditação bíblica feita pelos Irmãos da Comunidade de Taizé.
Eu ainda não a li e nem fiz a minha meditação, por isso aqui fica para todos a fazerem.

Esta meditação bíblica é sugerida como meio de procura de Deus no silêncio e na oração, mesmo no dia-a-dia. Consiste em reservar uma hora durante o dia para ler em silêncio o texto bíblico sugerido, acompanhado de um breve comentário e de algumas perguntas.


Dezembro

Actos 12, 1-17: A masmorra vazia
Por esse tempo, o rei Herodes maltratou alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João, e, vendo que tal procedimento agradara aos judeus, mandou também prender Pedro. Decorriam os dias dos Ázimos. Depois de o mandar prender, meteu-o na prisão, entregando-o à guarda de quatro piquetes, de quatro soldados cada um, na intenção de o fazer comparecer perante o povo, a seguir à Páscoa. Enquanto Pedro estava encerrado na prisão, a Igreja orava a Deus, incessantemente, por ele. Na noite anterior ao dia em que Herodes contava fazê-lo comparecer, Pedro estava a dormir entre dois soldados, bem preso por duas correntes, e diante da porta estavam sentinelas de guarda à prisão. De repente, apareceu o Anjo do Senhor e a masmorra foi inundada de luz. O anjo despertou Pedro, tocando-lhe no lado e disse-lhe: «Ergue-te depressa!» E as correntes caíram-lhe das mãos. O anjo prosseguiu: «Põe o cinto e calça as sandálias.» Pedro assim fez. Depois, disse-lhe: «Cobre-te com a capa e segue-me.» Pedro saiu e seguiu-o. Não se dava conta da realidade da intervenção do anjo, pois julgava que era uma visão. Depois de atravessarem o primeiro e o segundo posto da guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, a qual se abriu por si mesma. Saíram, avançando por uma rua, e logo o anjo se retirou de junto dele. Pedro, voltando a si, exclamou: «Agora sei que o Senhor enviou o seu anjo e me arrancou das mãos de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava.» E, depois de reflectir, dirigiu-se a casa de Maria, mãe de João, de sobrenome Marcos, onde numerosos fiéis estavam reunidos a orar. Bateu à porta da entrada, e uma serva chamada Rode veio atender. Reconheceu a voz de Pedro e, com alegria, em vez de abrir, correu a anunciar que Pedro se encontrava em frente da porta. «Estás louca!» disseram eles. Como ela afirmava, sem hesitar, que era verdade, disseram: «É o seu anjo.» Pedro, entretanto, continuava a bater à porta. Eles abriram e, ao vê-lo, ficaram estupefactos. Fazendo-lhes sinal com a mão para se calarem, contou-lhes como o Senhor o tinha tirado da prisão e acrescentou: «Mandai dizer tudo isto a Tiago e aos irmãos.» Depois, retirou-se dali e foi para outro lugar. (Actos 12,1-17)

O rei Herodes em questão é Agripa I, neto de Herodes o Grande. Ele cresceu em Roma, na companhia do futuro imperador Cláudio. Em 41, quando Cláudio se tornou imperador, encontrava-se em Roma. A atmosfera em Jerusalém era muito tensa. O imperador Calígula, morto por envenenamento em Janeiro de 41, tinha querido colocar a sua própria estátua no templo de Jerusalém. Este projecto por pouco não provocou uma grande revolta. Herodes Agripa partiu imediatamente para Jerusalém afim de acalmar os ânimos.

Ele procurava apoio dos grupos fiéis às tradições de Israel, à Torá. Por outro lado opunha-se aos Cristãos. Talvez, em parte, por razões pessoais: não esperavam, os Cristãos, a vinda do seu Cristo, também chamado «rei dos Judeus» e portanto um potencial rival? Os Actos dos Apóstolos dizem que ele se virou contra os cristãos para assegurar o suporte dos círculos influentes de Jerusalém, hostis ao movimento cristão. Isto porque, por causa da sua fé em Jesus, alguns Judeus chegavam a relativizar o que diferenciava os Judeus dos pagãos. Iam mesmo ao ponto de afirmar que Judeus e pagãos, em conjunto, formavam agora um mesmo povo de Deus.

É dentro deste contexto histórico que Herodes fez matar Tiago e prender Pedro. Uma ou duas frases teriam sido suficientes a Lucas, autor dos Actos dos Apóstolos, para dizer que Pedro encontrara a liberdade em circunstâncias pouco claras. Mas ele quer descrever a noite de Pedro na prisão de modo a torná-la uma noite de Páscoa. Enquanto a Igreja em oração celebra os dias da Páscoa, Pedro faz, em seu próprio corpo, a experiência do mistério pascal. Esperando na masmorra pela execução, ele é já um homem morto. E eis que, em plena noite, as correntes lhe caem das mãos e dos pés. Ele é livre. Os guardas estão atordoados e Pedro sai da sua masmorra tal como Jesus saiu do túmulo. Ele pensa sonhar. Depois, quando volta a si, confessa a sua fé com as palavras que fazem eco da libertação de Israel na primeira Páscoa (Êxodo 18,4.9): «O Senhor arrancou-me das mãos de Herodes».

É uma mulher que recebe primeiro a boa-nova da libertação de Pedro. Rode reconhece a sua voz à porta da casa onde os cristãos estão reunidos. Mas, de tão contente, esquece-se de abrir! Lucas tem sentido de humor: enquanto se discute no interior, negando a possibilidade de que Pedro esteja livre, Pedro tem de esperar à porta e bater com mais força! Por fim deixam-no entrar. Ele explicou o que lhe aconteceu. E, mais uma vez, Lucas pisca o olho ao leitor para que se lembre da ressurreição de Jesus. Tal como Jesus enviou as mulheres que estavam no túmulo a anunciar aos discípulos e a Pedro e sua ressurreição, Pedro manda que anunciem a sua libertação «a Tiago e aos irmãos». Trata-se aqui de Tiago, irmão do Senhor, que parece ter sido, pelo menos depois deste momento, o responsável da igreja de Jerusalém. Pedro sai então da Cidade Santa e retira-se «para outro lugar». A expressão significa, em Ezequiel 12,3, a partida para a Babilónia. Aqui poderá ser uma indicação codificada de uma partida de Pedro para Roma.

- Quais são as masmorras e as correntes na minha vida? Em que ocasião da minha vida fiz a experiência do poder da ressurreição?

- Quando somos como os cristãos de Jerusalém, que conversavam entre eles para saber o que era ou não possível, quando lhes bastava abrir a porta para ver?

- Saído da masmorra, Pedro está preparado para uma nova etapa na sua vida. O que estarei pronto a deixar para trás, de forma a retomar o caminho com uma nova liberdade?

Beijos as meninas
Abraços aos meninos.
E que Deus e Maria estejam convosco.

Em breve eu volto, pode ser!!!!!

Aquele abraço e boas pedaladas, alexjudoka_gmr
Xau ai.

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