Taizé - Meditação bíblica para o mês de Julho

Isaías 49,13-17: Um amor materno

Cantai, ó céus! Exulta de alegria, ó terra! Prorrompei em exclamações, ó montes! Na verdade, o Senhor consola o seu povo, e se compadece dos desamparados. Sião dizia: «O Senhor abandonou-me, o meu dono esqueceu-se de mim.» Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, eu nunca te esqueceria. Eis que eu gravei a tua imagem na palma das minhas mãos. As tuas muralhas estão sempre diante dos meus olhos. Os que te vão reconstruir andam mais rápidos que os que destroem. Os que te devastam fogem de ti.

(Isaías 49,13-17)

Parece que Deus se esqueceu do seu povo. Neste momento, ele está exilado na Babilónia, abatido, nostálgico, deprimido. Sião, a sua terra natal, está muito longe, vazia e em ruínas.

Esta experiência histórica, feita a dada altura pelo povo de Deus, pode trazer luz a experiências semelhantes que podem acontecer a qualquer grupo ou pessoa: a situação é desconfortável; tudo parece absurdo; Deus parece distante; a oração, se não foi abandonada, torna-se lamentação: «Deus esqueceu-se de mim.»

Pela boca do profeta, Deus responde a esta lamentação com muita força e uma delicadeza infinita. Se pensamos que Deus nos esquece, enganamo-nos redondamente. Deus compara-se a uma mãe (as imagens bíblicas de Deus não são exclusivamente masculinas) cuja atenção para com o filho nunca desfalece: o cuidado de Deus é ainda mais fiel. Noutra imagem, Deus grava o nome do seu povo não num monumento exterior, mas nas palmas das suas mãos, das quais não se pode separar. O estado das muralhas da cidade, em ruínas, não significa que Deus esteja ausente ou que já não cuida dele: não, o povo está sempre na sua presença, vai ser reconstruído e voltar a viver.

O anúncio que o profeta faz do amor atento de Deus já transforma a situação, mesmo antes do regresso concreto do exílio. É uma boa notícia, e a alegria que ela traz já transborda do povo, derramando-se sobre as montanhas, a terra e em todo o universo.

- Que experiências concretas vivi, individualmente ou em grupo, nas quais me senti esquecido por Deus?

- Nessas situações, o que posso fazer para dizer a Deus que gostaria de acolher o seu amor, mesmo se ainda não o posso entender?
- O que posso fazer para ajudar pessoas que se sintam hostilizadas ou «no exílio» a compreender este amor que transforma?

Comentários

Anónimo disse…
parabéns césar gostei desta meditação. bom trabalho.

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