Meditações de Taizé


Novembro

João 16,12-15: Espírito, conduz-nos para a verdade completa

Jesus disse aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender por agora. Quando ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa. Ele não falará por si próprio, mas há-de dar-vos a conhecer quanto ouvir e anunciar-vos o que há-de vir. Ele há-de manifestar a minha glória, porque receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer. Tudo o que o Pai tem é meu: por isso é que eu disse: ‘Receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer’». (João 16,12-15)

Quando prepara os discípulos para a sua iminente partida, Jesus tranquiliza-os, dizendo-lhes para não irem carregados de bagagens, pois o essencial que eles devem absolutamente saber já lhes foi dado a conhecer (João 15,15). Convida-os a avançar com total confiança, pois em cada situação nova o Espírito que virá após Jesus há-de revelar-lhes o que devem saber.

Quando se deixa como legado uma nova ordem religiosa ou filosófica, há geralmente a preocupação de fornecer por escrito cuidadosas instruções. Jesus age de modo diferente. Deixa muito pouco. E, apesar de o que deixa ser insubstituível, confia sobretudo numa pessoa viva, o Espírito da Verdade, para recordar os discípulos, para os ajudar a manter vivo e a interiorizar o que legou. Esse Espírito irá iluminar o significado das suas palavras com a luz da sua morte e ressurreição. Desse modo, o Espírito irá «glorificar» Jesus.

O Espírito não nos guiará ao encontro de verdades inéditas, nem a um conhecimento que acrescentará algo ao que Jesus nos confiou. Não, o Espírito conduzir-nos-á ao interior da verdade completa, oferecendo-nos uma compreensão mais correcta desta verdade que é Jesus, tornando-nos conscientes do impacto que isso terá nas novas situações com que nos iremos deparar.

Ninguém, individualmente ou em grupo, será capaz de atingir toda esta verdade. Para a explorar, nenhuma tradição humana será suficiente. Precisaremos dos cristãos de outras culturas, de outras raças, de cristãos com outra história, para descobrir o que esta verdade inextinguível nos reserva e assim fundar a nossa vida em Cristo.

- Estarei pronto a reconhecer que a verdade completa sobre Jesus ainda se encontra à minha frente, que é necessário que me deixe conduzir? De que modo esse reconhecimento altera a minha maneira de dar testemunho da fé? E o que muda isso na minha relação com cristãos de outras tradições?

- Com as minhas humildes capacidades, como posso contribuir para um futuro ecuménico, no qual seremos mais capazes de testemunhar Cristo por permanecermos em união?

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