Reflexão do mês de Outubro

Deuteronómio 4,32-36.39-40: O esplendor de Deus

«Na verdade, interroga os tempos antigos que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra. Pergunta se jamais houve, de uma extremidade à outra do céu, coisa tão extraordinária como esta, ou se jamais se ouviu coisa semelhante. Sabes, porventura, de algum povo que tenha ouvido a voz de Deus falando do meio do fogo, como tu ouviste, e tenha continuado a viver? Algum experimentou Deus a escolher para si um povo de entre outros povos, por meio de milagres, sinais e prodígios, combatendo com mão forte e braço estendido, com terríveis portentos, conforme tudo o que fez por vós o Senhor, vosso Deus, no Egipto, diante dos teus olhos? Tu viste e ficaste a conhecer que Ele, o Senhor, é Deus e que não há outro além dele. Do céu, fez-te ouvir a sua voz para te instruir; sobre a terra, mostrou-te a grandeza do seu fogo, e tu ouviste as palavras vindas do meio do fogo. (…) Reconhece, agora, e medita no teu coração, que só o Senhor é Deus, tanto no alto do céu como em baixo, sobre a terra, e que não há outro. Cumprirás, pois, as suas leis e os seus mandamentos, que eu hoje te prescrevo, para seres feliz, tu e os teus filhos depois de ti, e para que se prolongue a tua existência sobre a terra que o Senhor, teu Deus, te dará para sempre». (Deuteronómio 4,32-36.39-40)
O capítulo 4 do Livro do Deuteronómio diz-nos que Moisés entregou «leis e preceitos» aos filhos de Israel para transformá-los num «povo que vive», correspondendo a um Deus «próximo de nós sempre que o invocamos» (v. 7). Deus confiou-lhes esta Lei no Monte Horeb como sinal da sua aliança, da sua comunhão inquebrável. Israel é chamada a permanecer fiel, aconteça o que acontecer, ao «Deus misericordioso que nunca esquece a sua aliança» (v. 31). De modo a permanecermos fiéis a Deus, precisamos de ser capazes de nos maravilharmos com Ele e com o seu amor incondicional. Com questões retóricas (v 32b-34), Moisés tenta despertar este sentimento de maravilha. Haverá algo maior do que esse amor demonstrado por uma nação? Algum amor fez tanto por qualquer outra nação nesta terra? Alguma vez algum povo teve relações tão próximas com um Deus transcendente, um Deus deslumbrante que encontra formas de estar com o seu povo sem os cegar? Houve alguma vez um Deus que amasse o seu povo como se fosse o único? O povo recebeu tudo o que precisava (v. 35-36) para aceitar Deus como o seu único amor. Deus mostrou-lhes, através de acções, que os protegeu e libertou; ele «criou-os» como a uma criança (ver Oseias 11, 1-4). Deus agiu «diante dos seus olhos» e eles puderam ouvir a sua voz falando «do meio do fogo». Há apenas um Deus para o céu e para a terra, e ele tem que encontrar o seu lugar no «coração» do povo (v. 39). Naturalmente, o povo pode sempre afastar-se deste amor de Deus. Naqueles dias, tal como hoje em dia, havia imensas coisas para os distrair. A economia e a política, mas também a cultura e até a religião podem-se tornar numa espécie de cortina de fumo, de modo a que deixe de ser claro que os seres humanos foram criados e formados por um amor que é válido para todos os tempos e que faz com que eles sejam sagrados. Os poderes ameaçam surgir constantemente de modo a atacar a liberdade humana, criada pelo amor de Deus. «Deus quer que sejamos felizes» (irmão Roger). Moisés está profundamente ligado ao seu povo. Por esta razão, ele não os força usando a sua própria autoridade; ele mostra-lhes o amor de Deus, com o qual ele mesmo se sente comprometido. Ele deseja que as coisas possam «correr bem» (v. 40) para o seu povo e para as gerações vindouras, e que eles possam ter uma longa vida. Não há outro poder «tanto no alto do céu como em baixo, sobre a terra» que possa prometer tal felicidade para todos os tempos. Moisés quer poupar ao povo os desvios dolorosos, por onde procuramos, em vão, uma vida de felicidade, num outro local que não a Fonte da vida. Ele entregou-se até ao fim para manter juntos Deus e o seu povo. O amor de Deus vai ainda mais longe, é verdade, além de meios como foram os «preceitos e as leis». Jesus Cristo é o «caminho» através do qual Deus se aproxima directamente do seu povo. Ele deu-se a si mesmo por amor e o seu modo desarmou todos os outros poderes de uma vez por todas.
- Sou capaz de me maravilhar com Deus?
- Estou empenhado junto de quem?
- Através da fé, que desvios posso evitar e também ajudar outros a evitar?

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